Não, não sou o único. Sou mais um.
Vinha a ouvir no rádio uma fulana a dizer que não tinha ficado não sei aonde porque lá havia tantos músicos bons que ia ser só mais uma.
Isto revela muita coisa. Primeiro uma coisa que não percebo, esse desejo quase doentio da fama, do destaque. Que não pode ser confundido com o desejo de não ser ignorado, de não ser invisivel.
Uma coisa é não querer estar isolado ou excluído, que é natural e possível para todos sem excepção.
Outra é o desejo competitivo de ser reconhecido mesmo por pessoas que nem sabe que existem.
É absurdo, bizarro e inumano no que temos de maravilhoso, a solidariedade.
Porque não sou o único a olhar o céu.
E não sou só mais um. Sou ainda mais um.