(aviso já que não percebi nada do post e vou comentar uma coisa muito ao lado)
Sabes o que é que no outro dia fez chorar as lágrimas da minha mãe?
O verdete do chão!
Então não é que a mulher se me esbardalhou toda no meio da estrada e agora anda-me toda dorida e negra num olho, que até parece que alguém lhe deu mais do que ela pediu?
O fluído lacrimal deve transbordar de vez em quando e em quantidade suficiente para lavar e lubrificar a alma. Até sei que qualquer oftalmologista dirá que esse processo é menos importante para os olhos do que para a alma e para o coração.
Já que é assim e que convém haver algum equilíbrio do caudal, até porque as inundações não são grande coisa para os bombeiros e para a protecção civil, é bom ter alguém que nos faça chorar as lágrimas, assim como é bom ter alguém que nos ampare as lágrimas. E isto é válido para as lágrimas de tristeza como para as lágrimas de alegria. Até para as lágrimas que só escorrem para dentro. Talvez mais para estas.
O que não é nada bom é não ter quem nos faça chorar as lágrimas. Talvez seja mais impactante do que não ter quem nos faça rir.
Também por isso, haja sol, sim.
E fica uma curiosidade sobre a expressão “lágrimas de crocodilo”, que está associada a fingimento. Deve-se ao facto de o crocodilo quando come a presa, engolindo-a sem mastigar, comprimir a glândula lacrimal com a mandíbula, o que faz com que o fluido transborde.
[Não sou oftalmologista, nem cardiologista, nem psiquiatra, nem veterinária e nem sequer trabalho num zoo.]
E acabei de dar com isto, que me parece muito bom:
Alto mar
Quando estiver no alto mar e tudo
for água à minha volta, água salgada,
atirarei a vida borda fora.
Quando os meus olhos só puderem ver
a espantosa quantidade de pranto
que constituiu os mares deste mundo,
atirarei a vida borda fora.
Entre esses biliões e biliões
de lágrimas vertidas por alguém,
atirarei a vida borda fora.
E que os inexpressivos tubarões
destruam com os seus dentes o que fui.
(aviso já que não percebi nada do post e vou comentar uma coisa muito ao lado)
Sabes o que é que no outro dia fez chorar as lágrimas da minha mãe?
O verdete do chão!
Então não é que a mulher se me esbardalhou toda no meio da estrada e agora anda-me toda dorida e negra num olho, que até parece que alguém lhe deu mais do que ela pediu?
Juro que não é anedota!
Também vou responder ao lado. Olha, caiu ao chão!
🙂
Ai, que insulto. Hoje não é dia para ler coisas destas
Ainda é noite para te mandar um sol?
Olha, que fazer chorar as lágrimas, não é insulto.
O fluído lacrimal deve transbordar de vez em quando e em quantidade suficiente para lavar e lubrificar a alma. Até sei que qualquer oftalmologista dirá que esse processo é menos importante para os olhos do que para a alma e para o coração.
Já que é assim e que convém haver algum equilíbrio do caudal, até porque as inundações não são grande coisa para os bombeiros e para a protecção civil, é bom ter alguém que nos faça chorar as lágrimas, assim como é bom ter alguém que nos ampare as lágrimas. E isto é válido para as lágrimas de tristeza como para as lágrimas de alegria. Até para as lágrimas que só escorrem para dentro. Talvez mais para estas.
O que não é nada bom é não ter quem nos faça chorar as lágrimas. Talvez seja mais impactante do que não ter quem nos faça rir.
Também por isso, haja sol, sim.
E fica uma curiosidade sobre a expressão “lágrimas de crocodilo”, que está associada a fingimento. Deve-se ao facto de o crocodilo quando come a presa, engolindo-a sem mastigar, comprimir a glândula lacrimal com a mandíbula, o que faz com que o fluido transborde.
[Não sou oftalmologista, nem cardiologista, nem psiquiatra, nem veterinária e nem sequer trabalho num zoo.]
Já muitos poetas se dedicaram a escalpelizar as lágrimas. Acho que os cientistas têm mais que fazer.
O que os poetas descobriram foi que as lágrimas são mais do que são.
E acabei de dar com isto, que me parece muito bom:
Alto mar
Quando estiver no alto mar e tudo
for água à minha volta, água salgada,
atirarei a vida borda fora.
Quando os meus olhos só puderem ver
a espantosa quantidade de pranto
que constituiu os mares deste mundo,
atirarei a vida borda fora.
Entre esses biliões e biliões
de lágrimas vertidas por alguém,
atirarei a vida borda fora.
E que os inexpressivos tubarões
destruam com os seus dentes o que fui.
Amalia Bautista
Ah, atirar a vida borda fora!
E ficar só com olhos e dentes. Não pedia mais.