Tudo errou,e havia a grande poeira das ruas,e quanto mais erravam,mais com aspereza queriam,sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção,só porque não estavam bastante distraídos.Só porque,de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham.Tudo porque quiseram dar um nome;porque quiseram ser,eles que eram. Foram então aprender que,não se estando distraído,o telefone não toca,e é preciso sair de casa para que a carta chegue,e quando o telefone finalmente toca,o deserto da espera já cortou os fios. Tudo,tudo por não estarem mais distraídos.
há uma tonalidade de verde chamada verde-cinza…
…porque teimamos em não ler os sinais?
Tudo errou,e havia a grande poeira das ruas,e quanto mais
erravam,mais com aspereza queriam,sem um sorriso.
Tudo só porque tinham prestado atenção,só porque não estavam
bastante distraídos.Só porque,de súbito exigentes e duros,
quiseram ter o que já tinham.Tudo porque quiseram dar um
nome;porque quiseram ser,eles que eram.
Foram então aprender que,não se estando distraído,o telefone não
toca,e é preciso sair de casa para que a carta chegue,e quando o
telefone finalmente toca,o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo,tudo por não estarem mais distraídos.
Clarice Lispector
(A dança dos erros)
“Escritura musgo
Verde verde
Nessa viagem de musgo
Invadindo o coração da aridez
Vegeta micro veludos de árvores
No mundo que escrevo.”
(Sérgio Mattos)