Posso beber o amor pelo copo dos teus lábios?
O disco chega ao fim; um ruído de rua
entra pela janela; não sei se ainda é dia,
ou se a noite começa. Mas o mundo
não interfere no equilíbrio frágil
das nossas vidas. Este copo não se esvazia;
e os teus olhos levam-me à fronteira
do sonho, para que a passe, e entre
contigo num país de nuvem. O meu passaporte
são as tuas mãos; o mapa que nos guia,
a respiração incerta do desejo.
«Por isso me perco», dizes.
«Por isso te encontro», respondo.
E a noite que nos separa é o dia que nos reúne.
Árvores malucas ao vento
Ramos desvairados que se beijam
Chove
Chego ao carro e a bethania canta me
Um jeito estúpido de te amar
Obrigado deus
Deveria haver desde a primeira classe aulas de indignação.
Em que os alunos aprendiam a se organizar para defender os seus direitos e atingir aspirações.
Chamar-se-ia Revolta I.
Seria imediatamente a seguir a Desejo I, onde os alunos seriam incentivados a desejar e exteriorizar tudo o que não fosse material.
Talvez então deixássemos de ser um povo de cadáveres politicos.