Aqui sentado
de pé
…
para morrer
de pé
…
para morrer
Segundo uma pequena notícia dum jornal o trânsito não esteve famoso ontem.
Alguém se pendurou na ponte com um papelão na mão. Dizia “sem amor, sem abrigo”
A polícia diz que o indivíduo é reincidente.
Que porra, sem-abrigos reincidentes. E o trânsito? que porra.
E logo em vésperas de natal com as pessoas cheias de pressa para irem comprar as prendas.
hoje não vai ser sexta-feira. dia em que me levanto e vou para o trabalho como todas as sextas-feiras. como todas as terças, como todas as…
hoje vou fazer um dia fantástico. hoje vai ser diferente. porque quero.
segundo parece em cada dia este areal é visitado por setenta pessoas. metade entram e saem, só deixam vento. estão de passagem das minhas tormentas. outros são os que têm um lugar sempre quente aqui no cantinho. já lá tenho um pufo e tudo. só é pena isto não dar para beber um copo à lareira.
mas voltando ao tema do post. não sei bem se é prenda se é desafio. desenhar um grito por palavras. sei que não é fácil. sei que não é possível
mas os comentários estão aqui. gostava dessa prenda. vá lá deixem-me um grito
um silêncio enorme na sombra do corpo
Hoje quero a revolução dos corpos e das cores
Vou exercitar o silêncio. Fala-se demais.
as revoluções que mudam não se fazem com balas
Gosto do género rufia copo de três sujo e cuspido
Gosto do género galã, de balão alto e cristalino
quando parei o carro à porta do trabalho, bateu-me um sol no peito. Senti o calor no corpo e começou a tocar no rádio o nasce selvagem ao vivo no armazém 22. Nesse momento fui feliz.