a boca fecha-se no fim da noite
cala-me
cala-me
Este silêncio enorme escavaca-me todo por dentro.
Zombies, cada vez tenho maior certeza, somos todos zombies. Cada vez mais.
Ó Mário, vamo-nos encontrando por aí, numa rua qualquer…
A minha homenagem a um grande enorme blog visual. E a um amigo das coisas. Depois de dois blogues mortos, um vivo.
Tanta água. E desaparece tão depressa como se por artes mágicas. A terra chupa tudo. Chupa tudo e desaparece. Para sempre. Quem se lembra da chuva de ontem?
Ando perdido e ando roto. A única vantagem do modelo dos blogues é reflectirem estas coisas. De resto é um sorvedouro. Tal como a terra com a chuva.
comecei a gostar de sentir as gotas de suor a escorrer pelo corpo. é sensual.
imaginei desfazer-me completamente em gotas. e cada gota seguir um caminho diferente. perderem-se por continentes e rios cada vez mais longe. dissipar-me em mil e uma gotas. uma em marrocos. uma em geneva. devagar. desfazer-me em gotas. quentes. na pele. no corpo. sentes?
deve ser mais uma daquelas leis limpinhas da UE, palitos individuais selados. Resultado: em vez de ter o “velhinho” paliteiro ali à mão de semear em cima da mesa, agora há que pedir um palito higienizado individualizado e bonitinho, de cada vez que me quiser livrar do resto do entrecote…
No meio da blogoanarquia encontro isto: “peca pela escolha de um actor com alguma beleza … o que faz com que, no fundo, se tenha alguma empatia com esta figura”
O que está escrito com todas as letras é temos empatia pelos bonitos, e dito com menos letras que os feios têm que batalhar muito para obter o mesmo que os mais dotados fisicamente. Fez-me lembrar um estudo, sério pareceu-me, que demonstrava que os feios têm menor probabilidade de sobreviver na mesa de operações. Imagino o subconsciente do médico: desliguem a máquina, até é um favor que lhe fazemos….
“Termos que dobrar os nossos filhos à nossa vontade, que é assim que se educam e não há outra forma. É uma violência mas é preciso que alguém o faça, e esse alguém sou eu.” Dobrar?!? À nossa vontade?!?
Aqui há dias li numa das gordas daqueles jornais que vivem de chupar na miséria alheia, fulana suicida-se deixando carta vingativa “Levo comigo aquilo que mais gostas”. Atirou-se ao rio com as duas filhas. Morreram todos.
Quero morrer também. Não quero viver neste mundo. Ou então fujo. Fujo para muito longe onde não possa ler jornais sórdidos, e não passe pela cabeça de ninguém matar as filhas para se vingar do marido.