É quinta-feira
Vou sair à rua e beijar alguém.
(tenho a morte a comer-me o coração)
Vou sair à rua e beijar alguém.
(tenho a morte a comer-me o coração)
a urgência de chegar
ao fim, ao destino, a horas
a pressa de chegar aos outros
(a ti)
quase tão grande como a pressa de partir daqui
(de ti)
estúpido bicho tão apressado
que nem se apercebe de quando chega
nem de quando parte
só se ouve “adeus” quando já se partiu há muito
em silêncio
que há no rosto dela
o negro chove-me pelos dedos
os cabelos descem como beijos
e a noite era algo que guardávamos em silêncio no corpo
assim reinventámos a inútil arte de amar
Estabelece-se aqui o fim do silêncio e o início dum grande espaço comunitário.
Neste post ninguém passa impunemente sem deixar marca. Peço que anónimo ou amigo da casa deixe umas palavras curtas ou longas, sobre nietzsche, pasteis de nata ou que vos der na real gana.
(deixa que a sede me sustente)
sabes que na boca o teu nome não sabe ao teu nome
repito-o vezes sem conta
até que doa
e outro, e outro, e outro, e mais outro. Ah máquinas infernais, parem esse matraquear de dias sem fim.
Parem esse morrer e nascer incessante de coisas velhas.
Importam-se de inventar passas sem grainhas?
Porque é que as unhas das mãos crescem mais depressa do que as dos pés?