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A cena dos anéis e a cena da nudeza

Sou da geração pré-piercings. Quando era puto a afirmação através de adereços era feita com anéis e fios com os mais diversos penduricalhos. Desde a sagrada cruz ao “estou aqui para as curvas” corno.

Nunca usei nada disso e ainda hoje até a roupa me faz confusão. Durmo e ando em casa à civil. E não vou em pelota para a rua porque dá nas vistas. E nem é preciso ser grande 🙂

Esta geração avançou um passo na transformação corporal. São as tatuagens, os piercings e alargadores. O corpo humano é assim tão feio que seja preciso deformá-lo e escondê-lo? Se tenho uma imagem ou música que seja bonita, tenho-a ali guardadinha ao pé de mim. Não javardo aquilo tudo até ficar irreconhecível.

Querem sair da manada e rodear-se de coisas bonitas? Andem nus.
É mais barato e até o trânsito pára.

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A malta fala da rotina, mas não há homem mais rotineiro que o homem. Todo o santo dia, é: enfia meia, calça sapato, veste calças, enfia camisa. Dia seguinte, enfia meia, calça sapato, veste calças, enfia camisa. Mais um dia e mais meia, mais sapato, mais calças e camisa. Isto num ritual sem fim, igual a todos os dias e igual a todos os homens.

Amanhã venho nu.

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Acordo Ortográfico – O Ridículo em várias partes

Agora escreve-se Egito (sem p) e Egípcio (mantém o pêzinho). Nas cabeças pensadoras que decidem estas coisas, deve fazer sentido.

Noutros casos é à escolha do freguês, tanto se pode escrever receção como recepção. E eu a pensar que a razão de ser destes acordos tão bem pensados era para haver uma norma.

Também é interessante, mais uma vez, o secretismo que envolveu muito do processo.

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Hoje descobri duas coisas.

Sei da manipulação e da vigilância que é exercida no facebook e nas redes sociais em geral. Há que calar e não bufar.

Há pouco tempo um inglês antes de partir para a américolândia, escreveu no twitter isto: “Free this week for quick gossip/prep before I go and destroy America?”.
Quem é que não ainda não disse na brincadeira, antes de uma festa ou jogo, coisas do tipo: “bora lá, rebentar com aquilo tudo”. Claro que esse rebentar nada tem a ver com explosivos.

Ora bem, os americainoides que vigiam tudo o que agente escreve na net, apanharam o menino à saída do avião, prenderam-no e depois recambiaram-no de volta para terras de sua majestade. Para a próxima já sabe, se quer ir de férias nada de brincadeiras e muito cuidado com o que diz.

A maior parte das impressoras, e em breve todas, imprimem numa combinação de pequenos pontos o seu numero de série. Estes pontos só são visíveis com certa luz, mas estão lá. Assim os nossos policias do pensamento já podem saber quem escreveu o quê.

Primeiro nem acreditei. Privacidade e liberdade são uma e a mesma coisa. Não sou livre se tudo o que faço, escrevo ou penso for vigiado, lido e escrutinado. É a liberdade que nos estão a tirar e ninguém quer saber, porque quase ninguém sabe.

Um cidadão informado, é um cidadão perigoso porque questiona, e diz não. É mais fácil fazer sem dizer e perguntar.

Ah. A outra coisa é que no parlamento houve uma proposta para que os deputados bebessem água da torneira em vez de água engarrafada. Para evitar essa afronta, os deputados fizeram o que sabem fazer melhor: mentir e manipular números. Podiam ter dito que preferiam água engarrafada, mas isso seria ser honesto, é contra natura.

Em vez disso fizeram uma contas para concluir que beber água da torneira sairia 30 vezes mais caro que água engarrafada. Para estes cálculos complicados feitos pelos senhores inteligentes licenciados em economia, entraram 4680 euros para comprar 100 jarros. Que jarros querem os senhores deputados comprar para custar 468 euros cada um?

Entretanto o meu o pai, a mando desses mesmos senhores deputados, recebe 320 euros por mês para pagar renda, eletricidade, água, gás, alimentação, vestuário, medicamentos, etc. Não pode é comprar um jarro para a água.

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As civilizações tecnológicas são mais vulneráveis. Mas, e a gente pode viver sem tecnologia?

Não há muito tempo para ler fosse o que fosse, usava-se um suporte chamado papel. Nunca vi um papel avariar ou crashar. Nunca tive que atualizar o papel para a última versão para evitar incompatibilidades com os dedos. Nunca desapareceu ao faltar a eletricidade ou a bateria. Nunca tive que ir pesquisar no google para tentar descobrir porque é que as páginas não viravam quando as queria virar. Já deixei cair em cima de folhas tudo o que se pode imaginar, líquidos e sólidos. Dormi em cima de papeis vários, vezes sem conta. Caíram da cama, da mesa, das mãos, até de varandas. A tudo resistiu.

Graças a deus inventaram os ebooks, claramente era preciso.

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