Quais são as regras de uma ode? Uma palavra pode ser uma ode? O que é uma ode? Para que serve uma ode? Que raio de nome, não é? Ode. Quem dá os nomes às coisas? E porque têm as coisas que ter nomes? E porque têm que ser? Será que são? E aonde? Donde vêm estas moléculas maradas que compõem as coisas? E porque se juntam assim, desta forma estranhamente com sentido? Ou é a nossa necessidade de ordenar as coisas que nos leva a ver um sentido onde não há? Sinto? Pinto? Não.
Pelo menos até ficar pior, então passo a achar que não estava nada mal.
estas são as coisas que deixo para ti
Os meus duches são sempre infinitos e a ferver.
O infinito tem uma explicação. É a recusa inconsciente de ir enfrentar aquele mundo frio lá fora. Aqui está-se bem, no quentinho.
O quente pode ser o desejo, também inconsciente, do inferno. Afinal, as coisas boas passam-se lá, não é? O que me preocupa é acabar cozido. Penso no que acontece quando quero descongelar carne à pressão e a meto debaixo de água quente. Fica branca e esquisita. Será que vou acabar com o coração branco e esquisito?
Sei que não convenço ninguém disso, mas é muito divertido. O filme.
Meu companheiro de jornada, construíste um casulo de manias, no sufocante ritual da vida quotidiana.
E mesmo que isso te faça enlouquecer mais a cada dia, construíste com cuidado a muralha desses rituais.
Contra os ventos, as marés, estrelas e sentimentos. Custou-te muito esquecer, a cada dia, a tua condição humana.
Hoje, o barro que te dava forma, secou. Endureceu. Nunca ninguém conseguirá despertar em ti
um astrônomo… um músico… um altruísta… um poeta… um homem. Quem quer que venha a habitar em ti.
Ando a reler coisas que se diziam nos newsgroups, em 1996! Gostava daquilo, era mesmo um lugar de conversa e discussão. Às tantas estava-se a falar sobre o que era a simplicidade. E alguém disse que era escrever para ser compreendido e não para ser admirado.
Uma posta que atirei para lá e que relendo até faz sentido: A liberdade é também o direito ao esquecimento.