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O Terreiro do Paço está alugado ao Continente.
O CCB, talvez por estar frente aos Jerónimos e ao Padrão dos Descobrimentos, está alugado à Carlsberg.
Graças a deus que a palavra portugal já não me diz nada.

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Ode ao Vinho

Quais são as regras de uma ode? Uma palavra pode ser uma ode? O que é uma ode? Para que serve uma ode? Que raio de nome, não é? Ode. Quem dá os nomes às coisas? E porque têm as coisas que ter nomes? E porque têm que ser? Será que são? E aonde? Donde vêm estas moléculas maradas que compõem as coisas? E porque se juntam assim, desta forma estranhamente com sentido? Ou é a nossa necessidade de ordenar as coisas que nos leva a ver um sentido onde não há? Sinto? Pinto? Não.

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Da cena dos duches ou Memórias de um dia de Inverno (apropriado num dia semi-quente)

Os meus duches são sempre infinitos e a ferver.

O infinito tem uma explicação. É a recusa inconsciente de ir enfrentar aquele mundo frio lá fora. Aqui está-se bem, no quentinho.

O quente pode ser o desejo, também inconsciente, do inferno. Afinal, as coisas boas passam-se lá, não é? O que me preocupa é acabar cozido. Penso no que acontece quando quero descongelar carne à pressão e a meto debaixo de água quente. Fica branca e esquisita. Será que vou acabar com o coração branco e esquisito?

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Day of the wacko

Sei que não convenço ninguém disso, mas é muito divertido. O filme.

Meu companheiro de jornada, construíste um casulo de manias, no sufocante ritual da vida quotidiana.
E mesmo que isso te faça enlouquecer mais a cada dia, construíste com cuidado a muralha desses rituais.
Contra os ventos, as marés, estrelas e sentimentos. Custou-te muito esquecer, a cada dia, a tua condição humana.
Hoje, o barro que te dava forma, secou. Endureceu. Nunca ninguém conseguirá despertar em ti
um astrônomo… um músico… um altruísta… um poeta… um homem. Quem quer que venha a habitar em ti.

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Ando a reler coisas que se diziam nos newsgroups, em 1996! Gostava daquilo, era mesmo um lugar de conversa e discussão. Às tantas estava-se a falar sobre o que era a simplicidade. E alguém disse que era escrever para ser compreendido e não para ser admirado.

Uma posta que atirei para lá e que relendo até faz sentido: A liberdade é também o direito ao esquecimento.

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