Acordo com coisas na cabeça. Se calhar são os restos dos sonhos.
Hoje só me lembro de estar a fazer download do silêncio dos móveis.
Do pó nascemos e morremos. O silêncio é o mesmo.
Tudo é tudo e nada. A incerteza é certa. Nunca se sabe o que fermenta ou o que azeda, ou o que azeda fermentando ou fermenta azedando.
As palavras são umas putas, servem para tudo e para nada. São umas queridas.
o olhar que volta
Li as primeiras três palavras dum texto que começa por ‘O amor profundo’.
Não li mais nada porque um texto que começa por o amor profundo não promete nada de profundo.
E depois fui tomado de assalto por uma pergunta. É melhor o amor ao de leve o ou o amor profundo?
Isto assumindo que que um amor leve não pode ir fundo, e que um pesado é ao contrário.
Agora que já misturei o coiso, vou ficar a ver.
O Tarantino quando era tarantino, escrevia diálogos assim. Por um lado é uma conversa séria, por outro lado é impossível não rir.
Era nisto que o tarantino era bom. Andar naquela linha muito fina onde consegue ser tudo ao mesmo tempo.
[vimeo 18001293 w=500 h=400]
‘I’ma call a coupla hard, pipe-hittin’ niggers, who’ll go to work on the homes here with a pair of pliers and a blow torch. I’ma get medieval on your ass.’
A ideia é horrorosa e digna da inquisição, e cheia de humor ao mesmo tempo.
Vêm-me falar na cena dos cavalos no Django. Tem piada, porque é absurdo, mais nada. É o tarantino armado em mel brooks.
E eu cheio de saudades do tarantino.
a cada vaga segue sempre outra vaga, o mar nunca acaba: dá-nos segurança
mas cada vaga nunca é igual à anterior, nem à próxima: nunca nos aborrece
o mar é tudo. é nada e é sempre.
Eu guardo-o cá em casa, ao lado do frasco da farinha.
Que o sono é uma coisa natural como respirar ou rir. Principalmente quando se acorda às 6:45 num sábado.
E sei que não faz sentido e que está terrivelmente errado.