ler com sotaque da alo-alo-landia
está-se nos sorrisos e nos dedos
cheira bem
cheira a tardes de domingo com sol. cheira a felicidade.
Escrevi isto só para mim, no dia 19 de Janeiro de 2009.
Olhei para o calendário, comparei os dois dias, esse e hoje. Em ambos um quadrado igual.
Num o número 11, e no outro o 19. Não me pareceu significante.
Olhando para mim, na medida em que as fotografias que guardo me dizem, também estou mais ou menos na mesma.
Se aquele dia é um dia como hoje, e se aquele é um eu como eu, como raio é que hoje não sou o mesmo?
Grita-me. Ama-me. Amo-te. No chão. No espaço. Abusa-me. Faz-me trapo. Atira-me sem pudor nem freio. Goza! Fode! Grita!
E depois sussurra-me ao ouvido o inconfessável.
Sou tudo o que não sou
Sou tudo o que não fiz
Sou único sou muitos sou mundo imundo sou tudo o que imagino invagino e imploro sou passos pedras e aves sou a roda que pede sou a beleza inglória sou o corredor que recua sou a carteira com barbas sou as pernas que crescem sou a rotunda estúpida sou a luz escura sou as mesas que se levantam sou as vozes que se dizem
E não se calam
Quando só havia papel de folha simples, nós que somos espertos, dobrávamos o papel em dois.
Depois apareceram as folhas duplas, e passámos a dobra-lo em quatro.
Desconfio que não somos espertos, gostamos é de dobrar papeis.