Num dia de outono
Passei por uma parede e vi isto.
Podia fazer um alfabeto com estes símbolos e disto uma frase.
E como pintura não está nada mal.
Parafraseando:
Sou a humidade, deixem-me trabalhar.
Passei por uma parede e vi isto.
Podia fazer um alfabeto com estes símbolos e disto uma frase.
E como pintura não está nada mal.
Parafraseando:
Sou a humidade, deixem-me trabalhar.
Lembro-me de conversar muito e de gostar de o fazer (não me lembro é sobre o quê, talvez não fosse importante)
Agora não sei se não converso porque não me interessa, ou se não me interessa porque não converso.
Acho graça à facilidade com que citamos coisas com 50 ou 500 anos e que achamos muito actuais, ao mesmo tempo que acreditamos piamente no progresso
Esta (não sei como lhe chamar) toca-me duma maneira que não tem tamanho. Como se pode ser insensível a uma pessoa que se dá desta maneira? E no entanto a poucas pessoas falei nisto, porque sei que essas poucas pessoas nem ouviram até ao fim, por falta de interesse. E a mais não falo. Porque razão me hei-se massacrar mais? Se me quiser sentir de marte, vou para marte.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
tu emerge das coisas, cheia da alma minha.
Borboleta de sonho, pareces-te com a minha alma,
e pareces-te com a palavra melancolia.
Gosto de ti calada e estás como distante.
E estás como queixando-te, borboleta em arrulho.
E ouves-me de longe, e esta voz não te alcança:
vais deixar que eu me cale com o silêncio teu.
Vais deixar que eu te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual à noite, calada e constelada.
O teu silêncio é de estrela, tão longínquo e tão simples.
Gosto de ti calada porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se houvesses morrido.
Uma palavra então, um teu sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre porque não é verdade.