Rio Largo de Profundis
por onde anda o vento que não vejo?
não anda que não tem pés
Rio largo de profundis
Uma neta pra nascer
Amor avenidas novas
Praça de Londres a arder
Não quero martelo e rima
Aqui no Largo da Graça
por onde anda o vento que não vejo?
não anda que não tem pés
Rio largo de profundis
Uma neta pra nascer
Amor avenidas novas
Praça de Londres a arder
Não quero martelo e rima
Aqui no Largo da Graça
Por uma questão de facilidade começo as caminhadas pelo último passo.
Não aprecio caminhadas. Implica um caminho, um princípio e um fim e não conheço nada disso.
Que estranha maneira de estar mortos. Quem quer que seja diria que não o estais.
Mas, na verdade, estais mortos.
Estais mortos, não tendo nunca antes vivido.
Vós sois os cadáveres de uma vida que nunca foi. Triste destino. O não ter sido senão mortos sempre.
O ser folha seca sem ter sido verde jamais.
E contudo, os mortos não são, não podem ser cadáveres de uma vida que ainda não viveram.
César Vallejo (extractos)
Em tempos fiz um um elogio a um gajo.
As tuas fotos a preto e branco são como se fossem a branco e preto.
Ele não percebeu. E eu também não.
É mesmo uma fatalidade a poesia falar sobre o amor, a morte ou a solidão
e não sobre garfos ou de ter comichão?
Nossa senhora de Fátima encontra um talibã.
Porque viestes até mim, talibã? Foram os seus olhos, Senhora.
E a partir daí em diante nunca mais se separaram.
A ele cresceu-lhe a virgindade e a ela as barbas, chama-se agora Nossa Senhora Talibã.
Isto foi o resultado colectivo dum jantar numa destas noites de verão.
Alguém veio com uma ideia parva, ao que o outro juntou outra e deu nisto.