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Há coisas a mais

Que por decreto parlamentar se reduza tudo sem excepção ao seu milésimo. Para retomarmos aquilo que os antigos chamavam de ‘apreciar’.

Estou farto dos decretos para lamentar. Farto dos quinhentos canais de televisão, farto dos dois mil amigos do facebook, dos duzentos álbuns para sacar da net, farto das quinhentas revistas para ler no tablet, farto dos 43 mil oitocentos e vinte e oito posts, farto das noticias do mundo todo, farto das setenta e oito marcas de iogurte e cento e doze champôs, farto dos milhares de coisas novas com que me emprenham todos os dias.

Tanto de novo sabe-me cada vez mais a velho. Estou farto, porra! Passa-se por cada vez mais e cada vez se passa menos. É pôr um like apressado no que não se lê, no que não se ouve, no que não se vê. Deram-nos um controle remoto para fazer zapping de manhã à noite. E não dá para parar, estamos no meio do Tetris, a escolha é jogar ou levar com as peças na cabeça.

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Ainda não fiz o video

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Ainda quero fazer

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Ainda quero ir para aqui no final do dia

jamaica

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Ainda quero saber porque raio alguém publica escolhendo para quem.
Já sei.

Ainda quero saber porque raio alguém publica e não quer escolher para quem.


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zero resultados?!?!?!
“Não há desencontros para quem se quer encontrar”

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Mais um video que devia ser feito. Não há um video de jeito desta música do jorge palma

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tão delicado que foi um instante, como devem ser todos os instantes
o intenso não deve ser breve, ao contrário da delicadeza

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Define pensar.

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A Lena d’água é feita de água? Bebe água? Foi feita com água? Ah! Foi feita por água.

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bom vou publicar já e acrescentando à medida das necessiades

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Muito tempo atrás numa sessão de formação a deformadora mostrou-nos que numa sala sem lugares marcados, as pessoas quando voltam do coffee break se sentam exactamente nos mesmos lugares onde se sentaram à chegada.
E isso deu tema de conversa para o resto da tarde: Razões e consequências.
Amanhã onde voltas à direita, volta à esquerda.

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Adormecer é a preparação para a morte.

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Para a malta que acha que as coisas são fáceis, e que sabem distinguir o que é verdade do que não é, com base no que vêem.
Se vi aquele gajo ir contra a parede é porque aquele gajo foi contra a parede. Não é?
https://www.youtube.com/watch?v=mf5otGNbkuc

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E se me pusesse a pensar no que vou fazer amanhã?
Não no que “tenho que fazer” amanhã, nem no que vou fazer amanhã mesmo sem pensar, porque é o normal de se fazer.
Quem decidiu o que é normal fazer amanhã?

Se em vez disso, fizesse tábua rasa de tudo. Não quero das imposições dos mercados, da rotina do trabalho, do dia a dia.
Se esquecer tudo o que já cá estava quando nasci e faço porque faço parte da máquina onde me puseram quando nasci.

Como se nascesse de novo. E nunca tivesse visto nada. Que fazer amanhã?

Meu amor, tu cabes dentro de mim. 😀 estou a escrever isto ao som do utubii ali de cima

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Quero voltar a mim, porra! Não quero morrer já. Deixem-me ir.
https://www.youtube.com/watch?v=hDN3c_Mp_J4

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And that’s all folks

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olha dei agora com um comentário de anteontem. Também ainda pode ser

Ah, atirar a vida borda fora!

E ficar só com olhos e dentes. Não pedia mais.

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Zygmunt Bauman

P. As redes sociais mudaram a forma como as pessoas protestam e a exigência de transparência. Você é um céptico sobre esse “activismo de sofá” e ressalta que a Internet também nos entorpece com entretenimento barato. Em vez de um instrumento revolucionário, como alguns pensam, as redes sociais são o novo ópio do povo?

R. A questão da identidade foi transformada de algo preestabelecido em uma tarefa: você tem que criar a sua própria comunidade. Mas não se cria uma comunidade, você tem uma ou não; o que as redes sociais podem gerar é um substituto. A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a você.

É possível adicionar e remover amigos, e controlar as pessoas com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam um pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e remover amigos que as habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interacção razoável.

Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um diálogo. O papa Francisco, que é um grande homem, ao ser eleito, deu sua primeira entrevista a Eugenio Scalfari, um jornalista italiano que é um ateu auto-proclamado. Foi um sinal:

o diálogo real não é falar com gente que pensa igual a você. As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que vêem são os reflexos de suas próprias caras.

As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazenteiros, mas são uma armadilha.

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