Nascemos cada vida e cada dia com o objectivo de ter sucesso e sermos felizes.
O pior é que a competição que nos entranha, leva-nos ao orgulho de ser feliz, como se fosse uma corrida.
No resto do tempo fica a infelicidade envergonhada.
O Arlo Guthrie tem uma música hilariante onde diz que não se pode ter uma coisa sem outra,
‘You can’t have a light without a dark to stick it in.’
Toda a gente está contra o trabalho infantil, contra as condições de trabalho desumanas que se praticam em muitos países asiáticos nas sweatshops.
Muitos trabalham desde os 9 anos, 12 horas por dia, 7 dias por semana por um salário de 20 euros por mês.
Estamos contra, isso é bom e lava a consciência.
No dia seguinte vamos todos contentes comprar um top à Primark por dois ou três euros. Basta pensar um bocadinho para ver como tal é possível. E lá vamos andando com as nossas hipocriasiazinhas. Somos contra, mas tiramos partido disso, e perpetuamos a situação.
A Uber é a mesma coisa. Sabe-se que o modelo de negócio assenta na precariedade laboral, também chamado de dinamismo. No entanto todos os dias é passada a ideia que a Uber é moderna, é o sucesso, é o futuro. Rico futuro.
Como consumidores a gente finge, ou evitamos pensar, que a luz em que vivemos não deixa ninguém ás escuras.
E aqui deitado, vou antes escrever sobre bares e cafés.