Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes.
Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.
como não não acredito nunca votei em partidos. prefiro gente inteira
Isto a propósito do medina me meter um nojo maior que os outros. porque tenho que atravessar as merdas dele no dia a dia. Mas lá está, meto a segunda de pensamento e reduzo-o à insignificância que merece.
A frase que nada informa e só insinua, gera mais cliques, torna-se mais popular (viral como se diz) e por isso merece mais destaque.
A frase que descreve o que se passou, fica para segundo plano. Não gera cliques nem receita.
A informação primeiro travestiu-se de entretenimento e agora tornou-se um produto que se vende como se fosse margarina.
O consumo sabe como vender. As pessoas por si precisam de pouco.
A ideia não é produzir o que as pessoas querem, mas sim que as pessoas queiram tudo o que se produz.
Criar necessidades é simples. É só jogar com os mecanismos emocionais.
Este é o meu post mensal relacionado com o noticiário corrente.
A minha opinião é que merece mas não deve.
Não deve porque em vida sempre recusou honrarias e condecorações. O Zeca recusou-as em vida e a família recusou-as em morte. E bem.
Pediu para ser enterrado em campa rasa junto aos seus. E que não fizéssemos luto.
E merece pela dimensão do que era enquanto homem e de génio como músico. Na verdade merecia estar lá duas vezes.
Até o CDS-PP escolheu umas das suas músicas para a campanha.
Pensavam eles que era música tradicional portuguesa. O Zeca em vida já era uma tradição.
E nenhuma destas duas são das melhores músicas do Zeca.
Deixem-no estar ali a 100 metros do que era a minha janela.
Se lá voltar vou lembrar-me dele. E se não voltar, também.