Comentário promovido a gente grande
Por acaso dei com um comentário que fiz há anos
Por acaso dei com um comentário que fiz há anos
delirio debalde
Lisboa.
Dois baldes pretos no chão.
Passa uma pessoa, não repara no primeiro, e atira um papel para dentro do outro.
Setúbal.
Dois baldes pretos no chão.
Passa um, olha para dentro do balde, “atã sóce, o que é que está a dar hoje?”
Acordo
e a primeira coisa que leio és tu
a música, e o corpo que é teu
Isto é uma sanita ligada à internet?
Um mundo de possibilidades que se abrem,
até tenho medo de começar a pensar 😀
É claro que uma sanita com comando à distância também pode ser o seu interesse.
E os sensores que aquilo deve ter?!
Quando falta a electricidade faz-se na do vizinho?
A propósito, de onde veio essa ideia do sono dos justos? Que quando se está mal com a consciência se dorme mal?
Li agora mesma na Antologia do esquecimento "O sono pesado vem de andarmos bem connosco e com o mundo, parecendo-me hoje que o desequilíbrio entre ambos seja a razão última das insónias."
Até me agrada a ideia. Preferia não dormir, mas durmo como um animal que durma muito.
Viro-me para o lado e durmo. E só acordo se a luz ou alguém me bater.
Mas quer-me parecer que isto é mais um mito urbano. Quem decidiu que é essa a causa?
Tantas vezes que ando mal comigo e durmo. E com o mundo então, nem se fala.
Ok, de volta a casa vamos lá a ver o que consigo fazer com isto.
Com um teclado ajustado às minhas mãos, já consigo pôr as letras numa sequência normal.
A ideia original era que chegar ao centro duma pessoa é como chegar ao centro da terra. Não deve ser uma ideia original, mas quero que se lixe. Com tanta gente na terra ainda querem coisas originais? Para mim é original. Lembrei-me disso agora.
A cena poética também está posta de parte. A porra dos astros todos desalinhados.
Vamos lá a ver se consigo fazer alguma coisa com esta salganhada. Apagar? Ná! Demasiado fácil.
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Não é fácil chegar ao centro da terra. E nem é por causa da lava.
Já alguém chegou à lava? A lava é que chega a nós. A terra é que tem vulcões e nos atira a lava à cara.
A gente tem a mania. Falamos em vulcões e em voar. Até eu.
Voo tão poucochinho.
Acho que não consigo saltar mais que cinquenta centímetros.
E esquece lá os vulcões. Como é que se faz aquilo?
Ok, no mar dou uns mergulhos. E em pensamento faço mais. Conta?
Há-de haver um vulcão lá no centro da terra que está pensar nisso.
Beijem os vulcões.
(da primeira versão mantenho uma frase e a ideia, é importante beijar mesmo quem pensa em vulcões)
Gostei de escrever isto. Amanhã veremos.
É o poema de quem rasga os versos
porque os sentiu demais para os dizer
e os ouve nas ondas tão dispersos
como os sonhos que teve e viu morrer
sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
ok, nem sempre 🙂
Quero ser enterrado no ar, aqui no meu nono andar.
O rio lá em baixo, o zeca afonso bem pertinho.
Quem sabe o que se faz na eternidade, pode ser que a gente se entretenha a cantar.
Acho que me ia sentir bem ali.
Não quero nada de latas nem pinotes. Só o rio, música e olhos para os fechar, satisfeito.
De olhos fechados sinto quem está ao meu lado.