Nunca fui de ódios nem de magoar com vontade. Consegui entretanto perder a inveja e a necessidade de ter a última palavra. Ou de ter a palavra.
Perdi o assobiar na rua e tenho pena. Andava e assobiava imenso. Tinha um repertório. Às vezes ainda tento.
Adiar o inevitável
Evitar o inadiável
Ontem pus a sacar tudo o que pude do Louis Theraux. Hoje ao acordar, comecei a maratona.
Ele sabe o que perguntar e como perguntar. Sabe escolher a quem perguntar.
Pergunta o que nunca seria capaz. Mostra-me o que nunca veria de outra maneira.
E relembrou-me o poder de uma pausa na conversa.
Quando a pessoa com quem está a falar acaba uma frase, por vezes não responde nem pergunta. Fica em silêncio.
Em parte porque se dá o tempo para pensar, em parte pela pressão de quebrar o silêncio faz com que a pessoa diga coisas extraordinárias após a pausa, ao retomar o que dizia.
O melhor não é o que se diz primeiro. Precisa de tempo e espaço para aparecer.
É como um amor. Precisa de namoro.
O amigo Ben é este
Faz parte da banda sonora de um bom filme, Medianeras.
O título ganha uma estranha ironia, sabendo que morreu no dia 11.
não tem que ser assim
mas tem graça que seja