no meio de pensamentos entre trabalho, obrigações e devaneios que tinham a ver com a necessidade ou não das memórias havendo imaginação, pus a tocar a nova playlist, e nesse meio tempo tocou isto
/verdade-ou-sinceridade
Eu tenho uma espécie de dever,
de dever de sonhar,
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que
uma espectadora de mim mesma,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E assim me construo a ouro e sedas,
em salas supostas, invento palco, cenário,
para viver o meu sonho
entre luzes brandas
e músicas invisíveis.
Depois das fórmulas feitas
das palavras ditas
O que dizer?
O que pensar?
1950 (demolido)
2020 (construído no seu lugar)
cada um tem a cidade que merece
habito neste país de água por engano
são-me necessárias imagens radiografias de ossos
rostos desfocados
mãos sobre corpos impressos no papel e nos espelhos
repara
nada mais possuo
a não ser este recado que hoje segue manchado de finos bagos de romã
repara
como o coração de papel amareleceu no esquecimento de te amar
o que nos aumenta e o que nos diminui
em cada coisa, pensa: isto aumenta-me ou diminui-me?
depois escolhe