Chove ferro líquido num exoplaneta escaldante
Nem sempre me arrependo de ver as noticias.
Nem sempre me arrependo de ver as noticias.
Quando era puto tinha uma rotina de verão.
Em tróia até entardecer no ferry de volta para setúbal.
Subir a ladeira das fontainhas de costas ou à corrida.
Chegar a casa, beber do pacote de leite do frigorífico.
Tomar duche e ir para os claustros do convento, onde todos os anos havia um ciclo de cinema, aproveitando a bancada do festival de teatro.
Num desses dias enquanto bebia o leite ao pôr do sol, passou na rádio uma coisa linda, a primeira vez que ouvi o Jan Garbarek.
Num desses dias, no intervalo do filme, tocou esta música.
Fiquei maravilhado. Parecia que falavam, o piano e o saxofone.
Foi dificil descobrir que musica era, nos tempos pré-soundhound. Corri as discotecas todas a perguntar.
“é uma música com um piano e saxofone à conversa”. E descobri.
primeiro e último comentário de alguma forma relacionado com o assunto do dia
e deu jeito para expressar o meu apreço pelos ena pá 2000 em geral, e por esta canção em particular
e agora na versão funil, é mesmo funinalmente
Been wonderin' if your heart's still open
And if so, I wanna know what time it shuts
Eu não estou mas a minha empregada está, ela abre a porta
Não lhe posso dizer, tem que falar com o gerente
Quando ouvi a primeira frase, lembrei-me do estranho que soaria ouvir 'o meu empregado está, ele abre a porta'.
Só haverá igualdade de géneros quando deixar de ser estranho.
Mas existe uma outra desigualdade, de que é proibido falar, a de classes.
Que só deixará de existir quando for tão honrado fazer trabalho manual de limpeza como ser gerente de uma qualquer coisa.
De cada um segundo as suas capacidades. A cada um segundo as suas necessidades.