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Sibylle BaierThe end

Em 1970 uma mulher gravou em casa algumas músicas.
35 anos depois o filho resolveu pegar nessas fitas para oferecer um disco aos amigos e familia. Esse disco acabou editado.

É isto.

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Carta dum contratado

Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta que dissesse
Deste anseio
De te ver
Deste receio
De te perder
Deste mais que bem querer que sinto
Deste mal indefinido que me persegue
Desta saudade a que vivo todo entregue...

Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta de confidências íntimas,
Uma carta de lembranças de ti,
De ti
Dos teus lábios vermelhos como tacula
Dos teus cabelos negros como diloa
Dos teus olhos doces como macongue
Dos teus seios duros como maboque
Do teu andar de onça
E dos teus carinhos
Que maiores não encontrei por ai...
...
Eu queria escrever-te uma carta...

Mas, ah, meu amor, eu não sei compreender
Por que é, por que é, por que é, meu bem
Que tu não sabes ler
E eu - Oh! Desespero! - não sei escrever também!

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Uma música minha

Quando era puto tinha uma rotina de verão.

Em tróia até entardecer no ferry de volta para setúbal.

Subir a ladeira das fontainhas de costas ou à corrida.

Chegar a casa, beber do pacote de leite do frigorífico.

Tomar duche e ir para os claustros do convento, onde todos os anos havia um ciclo de cinema, aproveitando a bancada do festival de teatro.

Num desses dias enquanto bebia o leite ao pôr do sol, passou na rádio uma coisa linda, a primeira vez que ouvi o Jan Garbarek.

Keith Jarret, Jan GarbarekMy song

Num desses dias, no intervalo do filme, tocou esta música.

Fiquei maravilhado. Parecia que falavam, o piano e o saxofone.

Foi dificil descobrir que musica era, nos tempos pré-soundhound. Corri as discotecas todas a perguntar.
"é uma música com um piano e saxofone à conversa". E descobri.

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