Afinal há sentido
Para quê os poetas em tempos de indigência? é uma pergunta com sentido
esta pergunta está num livro chamado Pão e Vinho, o que faz sentido
Para quê os poetas em tempos de indigência? é uma pergunta com sentido
esta pergunta está num livro chamado Pão e Vinho, o que faz sentido
Um bébé com zero anos que nem consegue andar é muito giro, gera sorrisos e empatia, a malta brinca com ele e ri-se muito.
Um velho com cem anos que não consegue andar, gera sentimentos muito variados, mas poucos são sorrisos e empatia, e poucos querem brincar com ele.
Basta ver a carga que as palavras têm, um sapato velho não presta e é para deitar fora. Ninguém chama bébé a um sapato que acabamos de comprar.
Deviamos ter também nomes diferentes, um para os sapatos que já não queremos e vamos deitar fora, outro para as pessoas que temos há muito tempo.
Por todo o lado nos dizem com certeza onde está o bem e onde está o mal
Há a palavra certa
a politica certa
a atitude certa
o local certo
a roupa certa
a pessoa certa
os paises certos
e há quem diga que a única maneira de estar certo
é estar errado
as certezas prendem e enganam,
está mais certo quem erra do que quem pensa melhor que os outros
só a interrogação é criadora
gosto disto pelo motivos menos óbvios, admiro quem faz o que não se vê
quando era puto a malta que levava saco ou mochila para a praia, procurava que a mochila fosse gira e com estilo
havia um gajo que levava as coisas num saco do pão do acúcar, se fosse preciso com buracos
todo ele era desprendimento
mais tarde apercebi-me que não era desapego, era pose. o saco do pão de acúcar era para ser visto
a preocupação pelo estilo era igual
neste video, para além do punho erguido
gosto de coisas como ele se desencontrar da própria sombra
Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame
de mil nadas,
que dilaceravam o coração.
Então,
de todo amor não terminado
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem que seja só porque te esperava
como um poeta,
repelindo o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
– Camaradas!
Atenta se volte a terra inteira.
Para viver
livre dos nichos das casas.
Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo,
a mãe,
pelo menos a Terra.
Um dia, quem sabe
seremos pagos
em inumeráveis noites de estrelas.
E que doravante
o pai seja pelo menos o Universo,
e a mãe pelo menos a Terra.