simples
Não gosto quando ao comentar me fazem passar por aquela prova de que não sou um robot
Sei que no trabalho somos homens-máquinas, mas não há necessidade me atirarem isso à cara.
A julgar pela publicidade a gente quer mais. Mesmo sem saber de quê.
Vou tentar querer menos. De mais.
Tudo parece me estranho, cidade de fantasmas.
Eu atrasado a tentar fugir ao trânsito de qualquer maneira: “Hoje veio toda a gente de carro!”
E ouço uma vozinha vinda lá do banco de trás: “Menos os que não têm carro”
Levo tudo demasiado a sério. O que não tem graça nenhuma.
Valeu-me o Roberto Leal. O segredo dele é o cogumelo.
Tentei, tentei e não há maneira de conseguir levar isto a sério. Devo estar curado.
A seriedade, para não lhe chamar burrice, vem de longe. Em puto andei armado aos cucos nos verdes.
A tentar empurrar a coisa para a frente éramos só dois, eu e uma moça.
Lembro-me de estarmos em minha casa noite dentro, a combinar estratégias para mudar o mundo de repelão.
Tínhamos as ideias mais loucas, e tudo parecia possível.
Anos mais tarde encontrei-a por acaso, e fiquei a saber que naquelas noites andei a mudar o mundo errado. Que levei tudo aquilo tudo demasiado a sério. Ou como um cínico é na verdade ingénuo. E continuo a ser. Burro.