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Coisas que acho graça

Acabei agora mesmo de ouvir isto numa entrevista: “Não faço a minima ideia do que vou fazer na vida. Até agora ando completamente à toa nisso. O que quero fazer é algo que ajude a levar a humanidade para a frente. Deixar uma marca na história. Não quero ficar preso ao que já foi feito. Quero avançar. Fazer alguma coisa que leve para a frente.”

Porque acho graça? Acho graça quando vejo macacos a repetir o que lhe meteram na cabeça sem pararem um segundinho sequer para pensar no que estão a dizer.

Ser prá frentex é cool, por isso quer ir para a “frente” mesmo sem saber o que é. E não sabe porque a única coisa que lê é o destak e só por causa do sudoku.

Na verdade só sabe uma coisa, que se quer destacar, ser ele a deixar uma marca na história. Está pronto para a corrida de ratos. Assim que lhe abrirem a caixa desata a correr para a frente. Com sorte terá lá um um destak com sudoku para se entreter até à próxima corrida.

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O gajo das fotos ver e imaginar

O senhor deste post /duane-michals-things-are-queer/ disse entre outras coisas que acredita na imaginação. O que não pode ver é infinitamente mais importante do que o que pode ver.
https://istonaoe.wordpress.com/2014/11/04/duane-michals/

À primeira vista(pensamento) sou tentado a concordar. Mas, e consegue-se imaginar sem ver? O que imagino não me nasce por combustão espontânea. Normalmente o que acontece é que vejo uma gaivota e lembro-me duma foca.

Mesmo para as coisas que considero criações minhas, preciso de algo que as despolete. Pode ser uma palavra numa musica ou numa entrevista, qualquer coisa. Mas tem que haver qualquer coisa.

E será possível imaginar o que não existe e nunca se viu?
Tenta lá imaginar um trepólio sem que o que imaginas não seja um derivado de algo que viste.

O que é mais importante: O ovo ou a galinha?
O que se imaginou e que é muito mais entusiasmente que a dura realidade, ou o que se viu antes e que permitiu a imaginação?

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Redoma

Estava a almoçar e vi dois gajos a chegarem num barco pneumático. Puxaram o barco para cima enquanto caía uma chuva miudinha e as ondas lhes batiam nas pernas. Nada de especial.

De repente bateu-me. Há quanto tempo não puxo o que quer que seja para fora de água? Há quanto tempo não ando à chuva?
O homem moderno anda a meter-se numa redoma, devagar davagarinho. Cada vez nos expomos menos e fazemos menos coisas.

E não é só pela rotina e cansaço. É também pelo medo. Medo da morte, da doença, que nos aconteça qualquer coisa.

Houve tempos que para comer tinhamos que ir caçar. Mais tarde começamos a comprar os animais aos caçadores, era só matar e cozinhar. Depois passamos a comprá-los já mortos e muitas vezes já preparados. Recentemente isto só significa passar pelo hipermercercado. E já nem é preciso sair de casa, basta um telefonema e trazem-me a comida a casa. E se quiser que venha cozinhada, vem. Só falta que mastiguem. e cada vez menos fazemos menos, fechados na redoma.

E o que não que não comemos, o que não fazemos e o que não vivemos por que faz mal, é arriscado, é caro, é obsceno, é dificil.
É sempre mais fácil e seguro estar quieto. E assim nos fechamos numa redoma invisivel. Protegidos mas fechados. No fim de semana pomos na tv um filme de aventutas que nos mata a ânsia de aventura.

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Liderar é levar a malta atrás, não é levar a malta á frente
por isso quando ouço falar em líderes fico logo de pé atrás e não de pé à frente

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