Vem.
Vem comigo
Cansados de amor
entremos juntos pela noite
no silêncio de amantes
amor amor amor
repete comigo
as palavras que nos dão paz.
Fazer parecer luz
onde nāo há
Oito mais ricos têm tanto dinheiro como metade dos mais pobres
Estou a imaginar a representaçāo grafica
Dum lado 8 pontos
Do outro 4 mil milhões. Que espaço é que isso ocupa?
Quase nenhum.
Abri um oceano no meio dos mares
Na sexta feira passei por um grupinho um bocado enfastiado à espera da policia para lhes desbloquear o carro.
Sei que não é politicamente correcto, e que fica mal rir-me, mas senti uma satisfação interior, tipo: uff, não sou eu.
Pouco depois tomei uma decisão. O meu próximo carro vai ser roxo. Procurar um carro cinza prata num parque de estacionamento é o mesmo que procurar uma tenda parda no campismo dum festival de verão.
Sorrir aos ouvidos e falar para olhos.
Partir a cada chegada. Não perceber o que passa a cada hora como se fosse normal.
Nascer e assim ir morrendo.
O Daniel Filipe é conhecido por ter inventado o amor numa qualquer esquina da cidade. Mas não é só isso.
Nem basta, por mais que seja.
Não basta estender as mãos vazias para o corpo mutilado,
acariciar-lhe os cabelos e dizer: Bom dia, meu Amor.
Parto amanhã.
Não basta depor nos lábios inventados a frescura de um beijo
doce e leve e dizer: Fecharam-nos as portas. Mas espera.
Não basta amar a superfície cómoda, ritual, exacta nos contornos
a que a mão se afeiçoa e dizer: A morte é o caminho.
Não basta olhar a Amante como um crime ou uma injúria
e apesar disso murmurar: Somos dois e exigimos.
Não basta encher de sonhos a mala de viagem, colocar-lhe as
etiquetas e afirmar: Procuro o esquecimento.
Não basta escutar, no silêncio da noite, a estranha voz distante,
entre ruídos de música e interferências aladas.
Não basta ser feliz.
Não basta a Primavera.
Não basta a solidão.